Publicado no jornal Capela em Pauta em março de 2021
Sem água não existe vida! A água é o elemento mais essencial na formação e manutenção de todos os organismos vivos. Nós dependemos da água para quase todas as nossas atividades, pois ela é necessária tanto para a sobrevivência pessoal como para as atividades econômicas.
O Brasil é um país privilegiado em
recursos hídricos. Mas o ufanismo com que sempre nos referíamos a eles, talvez
nos tenha levado à falsa ideia de que eram inesgotáveis. Hoje, com o aumento da
população e das atividades econômicas de um sistema baseado no consumismo, já
nos deparamos com um problema: a água doce disponível poderá tornar-se
insuficiente para atender todas as necessidades humanas. Poluição,
desmatamento, supressão de nascentes, despejo de esgoto e uso excessivo e
descontrolado, estão diminuindo a disponibilidade de água para consumo.
Os governos, em todas as esferas,
cada vez mais se vêem obrigados a tomar medidas para garantir a preservação e o
acesso à água. Mas a situação ainda é crítica no que se refere a ocupação de
áreas de mananciais, desmatamento de áreas ciliares, e perdas na produção e
distribuição da água tratada.
Muitos empresários, preocupados com o
alto custo que a água passa a ter, já estão adotando sistemas de produção mais
limpos e eficientes, que reduzam o consumo e gerem menos efluentes para serem
tratados. O fato é que, geralmente, somente se chega às consciências através do
bolso.
E nós, cidadãs e cidadãos, o que
podemos fazer diante desse problema que pode afetar a nossa sobrevivência?
Enquanto não se muda o modo de produção, o padrão de consumo e as ações
governamentais ainda não são eficientes, o que fazer?
A chave para isso é mudança de comportamento. Toda cidadã e todo cidadão deve mudar a sua postura para o uso correto da água. Não compactuar com a poluição de mananciais e com o desmatamento, e ações simples no dia-a-dia, como: uso racional da água no banho, na cozinha, na limpeza da casa e do carro, nos jardins e no controle de vazamentos. São atitudes simples que não se refletem apenas na conta da água, mas que somadas contribuem com a preservação de mananciais e maior disponibilidade e qualidade da água. Mas muito mais amplas e efetivas que as ações individuais são as ações coletivas: participação em conselhos, entidades ambientalistas, manifestações coletivas, movimentos sociais e ambientais, enfim, a questão ambiental exige ação política!
Elzo Savella é professor, ambientalista, mestre em ciências ambientais
Nenhum comentário:
Postar um comentário